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Nossa Senhora das Graças

São Luiz de Monfort afirma: “Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria. Esse grande Deus tem um tesouro, um depósito riquíssimo, onde encerrou tudo que há de belo, brilhante, raro e precioso, até Seu próprio Filho; e este tesouro imenso é Maria, que os anjos chamam tesouro do Senhor, e de cuja plenitude os homens se enriqueceram. Deus Filho comunicou à Sua Mãe tudo que adquiriu por Sua vida e morte: Seus méritos infinitos e Suas virtudes admiráveis. Fê-la tesoureira de tudo que Seu Pai Lhe deu em herança; e é por ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do corpo Místico, que comunica Suas virtudes, e distribui Suas graças, é ela o canal misterioso, o aqueduto por que passam abundante e docemente Suas misericórdias. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, Sua fiel Esposa, Seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo, ela distribui Seus dons e Suas graças a quem quer, quanto quer, como quer, e quando quer, e dom nenhum é concedido aos homens que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria, e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que em toda a vida quis ser pobre, humilde, e escondida até o nada.” (Tratado da Verdadeira Devoção, n. 23-25)

Muitos santos falaram dessa mediação de Maria Santíssima junto a Deus. São Bernardo assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos.”

São Alberto Magno: “É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano.”

Santo Agostinho afirma: “As orações de Maria junto a Deus têm mais poder junto da Majestade divina que as preces e intercessão de todos os anjos e santos do céu e da terra.”

E são muitos mais os relatos de outros tantos santos da Igreja a respeito das mediações de Maria Santíssima junto a Jesus, sendo ela “advogada nossa”, como rezamos na Salve Rainha.

Em 27 de novembro celebramos o dia de Nossa Senhora das Graças. Esta que, desde a anunciação do Arcanjo São Gabriel, foi proclamada a “cheia de Graça” (cf. Lucas 1,28).

Desde o início da Igreja, Maria sempre foi vista como “portadora das graças”. Porém, o título “Nossa Senhora das Graças” foi recebido em 27 de novembro de 1830, em Paris, França. Neste local e data, Catarina Labouré, então noviça da Congregação de São Vicente de Paulo, foi até a capela, impelida para rezar. Estando em oração, teve uma visão da Virgem Maria, que se revelou a ela como Nossa Senhora das Graças.

E tal revelação não aconteceu somente por palavras. Nossa Senhora deu a Catarina Labouré uma visão reveladora. Vejamos o relato da própria Catarina que, depois, se tornou santa: "...uma Senhora de mediana estatura, de rosto muito belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas. A Santíssima Virgem disse-me: 'Eis o símbolo das Graças que derramo sobre todas as pessoas que mais pedem ...' Formou-se, então, em volta de Nossa Senhora, um quadro oval, em que se liam, em letras de ouro, estas palavras: 'Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós'. Depois disso o quadro que eu via virou-se, e eu vi no seu reverso: a letra M, tendo uma cruz na parte de cima, com um traço na base. Por baixo: os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O de Jesus, cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo, ouvi distintamente a voz da Senhora, a dizer-me: 'Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxeram, com devoção, hão de receber muitas graças”.

Enquanto contemplava esta cena maravilhosa, Maria sobre o globo terrestre e raios saindo de suas mãos em direção à terra, Catarina ouviu uma voz a lhe dizer: “Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir”.

Em outra aparição, Nossa Senhora se queixou a Santa Catarina Labouré dizendo: “Tenho muitas graças para distribuir... Mas as pessoas não me pedem...”

Maria, como Mãe, está sempre nos ouvindo, esperando para nos acolher em seus braços. Cabe a cada um de nós estarmos dispostos a receber tão infinito amor e poderosa intercessão. Não há dúvidas de que, por meio dela, podemos chegar ao céu e participar do banquete celeste.

“Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós”. Amém!

 

DIÁCONO LEONARDO E PRISCILA KLETTENBERG

Paróquia Cristo Rei - Taió

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